21 janeiro 2007

FN Herstal Viana

Indústria bélica nacional ?

Seria lamentável que Viana do Castelo perdesse para o Japão a produção das míticas Winchester, como aconteceu recentemente com a fábrica americana.

http://www.falcaodominho.pt/jornal/fm_news.php?nid=1456

Ou será que deveremos ficar contentes com a produção do novo veículo militar ?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pandur_II
http://www.areamilitar.net/Analise/analise.aspx?NrMateria=37&p=1
http://movv.org/2006/08/25/os-pandur-ii-serao-actualizados-para-um-novo-padrao-na-fabrica-da-fabrequipa-em-portugal/

Sem Indep, FNM ou a Fábrica de Braço de Prata que será da indústria militar nacional ?

http://pt.wikipedia.org/wiki/INDEP

5 Comments:

At domingo, janeiro 21, 2007 12:51:00 da manhã, Blogger rjms said...

Browning ameaça deslocalizar fábrica de Viana do Castelo

A multinacional belga FN Herstal, que produz as emblemáticas armas norte-americanas Browning e Winchester, adverte que se o projecto de ampliação da área fabril de Viana do Castelo não for aprovado, poderá deixar aquela unidade - onde emprega 380 trabalhadores - por falta de competitividade.

Em causa está um investimento de 10 milhões de euros, a aplicar até 2008 na modernização e adaptação da fábrica, de forma a reforçar a competitividade da fábrica de Viana no grupo.

O estudo de impacto ambiental deste projecto está em consulta pública desde Dezembro, com a empresa a deixar bem clara a sua posição: "A não execução do projecto não permitiria a adaptação do tratamento de metais da Browning Viana às melhores técnicas disponíveis no mercado podendo, em último caso, levar à deslocalização da empresa pelo grupo FN Herstal", refere o documento, a que o DN teve acesso.

Fonte da empresa explicou ao DN que "nada leva a crer que o projecto possa vir a ser chumbado nesta consulta pública, até porque todos os requisitos ambientais já são cumpridos actualmente". No entanto, ressalva: "A questão é colocada desta forma porque o que está em causa é a competitividade da unidade no grupo", acrescenta.

O investimento prevê que a fábrica de Viana avance com a construção de três pavilhões produtivos e a instalação de uma nova linha de cromagem, que substituirá a actual, já com mais de 30 anos. "Paralelamente, vamos conseguir aumentar o nosso know-how, o que reforçará a competitividade da fábrica no contexto do grupo e nos poderá fazer ganhar novos modelos de armas", acrescenta.

O investimento surge na sequência do encerramento, em 2006, da fábrica de espingardas Winchester, depois de 140 anos de produção em New Haven (Estados Unidos da América). O grupo belga justificou o encerramento com a falta de competitividade da unidade, optando pela produção deste modelo na fábrica de Viana. A Browning-Viana já é considerada "a unidade mais competitiva do grupo", mas, depois de concluída a formação do quadro laboral, a fábrica poderá até produzir o modelo mais antigo da Winchester, competindo directamente com a unidade japonesa do grupo.

DN, 15-1-2007, pág. 10

 
At domingo, janeiro 21, 2007 1:19:00 da manhã, Blogger rjms said...

EIA de Viana pode viabilizar Browning

Paulo Julião
em Viana do Castelo

A administração da Browning- -Viana desmentiu ontem "categoricamente" a possibilidade de deslocalização da produção, confiando na aprovação do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), com vista ao alargamento da unidade.

"A Browning-Viana sempre pautou a sua laboração pelo estrito cumprimento da lei, não necessita de ameaçar quem quer que seja, muito menos entidades oficiais, pois confia que o EIA que a notícia refere será aprovado", lê-se no comunicado de imprensa da direcção da fábrica, reagindo à notícia publicada ontem pelo DN. Afirma que a hipótese de deslocalização da unidade é "falsa", apesar de a informação constante do EIA reconhecer que a "não execução do projecto não permitiria a adaptação do tratamento de metais da Browning Viana às melhores té-cnicas disponíveis do mercado, podendo, em último caso, levar à deslocalização". A empresa prefere sublinhar que, "numa altura em que as empresas multinacionais instaladas em Portugal têm vindo a sair do País", o grupo "decide investir mais de dez milhões de euros na sua fábrica de Viana do Castelo".

No entanto, como refere o resumo não-técnico do projecto de alargamento da unidade, datado de 8 de Setembro de 2006 e elaborado para a Browning pela Sociedade de Inovação Ambiental de Matosinhos, torna-se claro que a unidade deixaria de ser competitiva em caso de chumbo do projecto. "Resultaria na perda dos 380 postos de trabalho, o que constituiria um impacte socio--económico negativo e importante sobre a zona de implantação da Browning Viana", lê-se no documento, disponível para consulta no sítio da Internet da Direcção-Regional do Ambiente do Norte.

Ontem, o presidente da Câmara de Viana anunciou que já acompanha este processo "há dois anos" e afirmou acreditar que a ampliação vai acontecer. "Temos consciência da importância desta instalação e desde o início que nos mobilizámos para que a ampliação necessária fosse feita no concelho", sustentou. "Esteve para ir para fora, depois para Lanheses [outro parque empresarial em Viana), mas conseguiu-se acomodar no actual terreno", afirmou Defensor Moura. "Os projectos de ampliação entregues na Câmara estão praticamente aprovados", disse o autarca, garantindo que já emitiu "parecer favorável". "A Browning é uma fábrica responsável e desde sempre tem feito todos os tratamentos adequados", afirmou.

A administração da Browning Viana esteve reunida ontem, mantendo contactos com a comissão de trabalhadores, tendo demonstrado a convicção de que vai continuar a laborar "por muitos e longos anos", apesar de admitir a hipótese, "meramente académica", de deslocalizar a unidade.

DN Economia, 16-1-2007, pág. 15

 
At quinta-feira, abril 26, 2007 5:45:00 da tarde, Blogger rjms said...

O fim de um ícone da revolução

FERNANDO MADAÍL

Cravos nos canos das metralhadoras e um carro blindado rodeado de povo transformaram-se nos ícones da revolução portuguesa. Os dois momentos cruciais do 25 de Abril teriam como "estrelas" as chaimites de Salgueiro Maia.

Ao amanhecer, quando aqueles blindados de fraca capacidade bélica defrontaram, cano breve contra canto longo, no Terreiro do Paço, os temíveis Patton das unidades fiéis ao regime e, sem dispararem, "venceram" a oposição ao golpe. Ao cair da tarde, quando Marcelo Caetano aceita a rendição, num Largo do Carmo pejado de gente a vitoriar os revoltosos, avança uma chaimite para o presidente do Conselho de Ministros abandonar o quartel da GNR e ser conduzido ao posto de comando do Movimento das Forças Armadas. Na memória desse dia uma chaimite chamada Bula ficou para sempre associada ao virar de página entre dois regimes.

Ao recordar o 25 de Abril de 1974, Otelo explica que a escolha daquela viatura, destinada sobretudo ao transporte de tropas, se ficou a dever ao facto de ser um "veículo mais ligeiro e fácil de manobrar que os carros de combate, com capacidade de virar no acanhado Largo do Carmo, cheio de gente, e entrar no portão do quartel-general da GNR".

A partir de então, a viatura concebida para a guerra colonial e cujo nome era inspirado na localidade moçambicana onde Mouzinho de Albuquerque tinha capturado Gungunhana (ver caixa) iria inspirar ilustrações de João Abel Manta ou versos de Ary dos Santos ("pode nascer um país / do ventre duma chaimite") e suscitar curiosidade aos estrangeiros que, como o filósofo Sartre, quiseram ver a "revolução dos cravos".

Logo a 30 de Abril, quando Álvaro Cunhal saiu do aeroporto, regressando do seu exílio em Paris, o líder comunista subiu para cima de uma chaimite e discursou à multidão que o esperava, como se estivesse a reencarnar Lenine em 1917. Jaime Neves, que ainda não era o comandante do Regimento de Comandos da Amadora (a unidade só seria criada a 4 de Julho de 1974), lembra-se de ter sido incumbido pelo general Spínola de ir buscar o secretário-geral do PCP ao aeroporto para o levar até à Junta de Salvação Nacional (entidade que deteve o poder até à constituição do I Governo Provisório).

Nessa época, aquela força de comandos circulava de chaimite como se fosse de jipe, para transferir os agentes da PIDE ("quando queimaram os colchões") do Aljube para o Linhó, para proteger a embaixada dos Estados Unidos nas grandes manifestações contra a presença da esquadra da NATO ou para ir a bairros problemáticos onde a polícia não entrava, lembra Jaime Neves.

Até ao 25 de Novembro de 1975, quando os comandos chefiados por Jaime Neves triunfaram no confronto entre as duas facções político-militares que se digladiaram nesse "Verão Quente", até os defensores do "parlamentarismo burguês" se imporem aos que advogavam uma "democracia popular", a chaimite serviu para quase tudo, de ameaça política a viatura de passeio.

Não espanta que Vera Lagoa, a directora do jornal O Diabo (de direita) tivesse baptizado o segundo comandante do Ralis, a unidade mais esquerdista do PREC (processo revolucionário em curso, como se definiu o período entre o 11 de Março de e o 25 de Novembro de 1975), Dinis de Almeida, como o "Fitipaldi das Chaimites" - em 1974, Emerson Fitipaldi foi o campeão da Fórmula 1.

Dinis de Almeida rejeita a fama de ir tomar a bica de chaimite. Recorda-se de se deslocar numa para ir ter com um camarada dos pára-quedistas à parte militar do aeroporto da Portela e de terem tomado no bar um café ou uma água. Tudo o mais "é uma sinedoque, o tomar a parte pelo todo", que só se entende inserida "na guerra mediática" daqueles anos.

Quem assume que levou todos os seus homens ao Teatro Monumental, em chaimites, berliets e unimogs, para irem assistir, depois do 25 de Novembro, a uma peça de Laura Alves que tinha um quadro a enaltecer o comandante do regimento de comandos é Jaime Neves. Vasco Lourenço, então à frente da Região Militar de Lisboa, não achou graça nenhuma e avisou-o que se voltasse a usar as viaturas militares para finalidades civis agiria em conformidade contra o militar cujo nome - como o próprio ironiza - permitia associações entre chaimite e "Jaim...ite".

DN, 25-4-2007, pág. 16

 
At quinta-feira, maio 17, 2007 9:51:00 da tarde, Blogger rjms said...

Viaturas blindadas portuguesas em testes definitivos na Áustria

MANUEL CARLOS FREIRE

Uma delegação de altas patentes militares portuguesas assiste na próxima semana, na Áustria, aos testes finais à viatura blindada de oito rodas desenvolvida pela Steyr e de que Portugal foi o primeiro comprador.

As primeiras Pandur 8x8, de um total de 260 a adquirir por Lisboa até 2010, já estão a ser construídas na Áustria e pela empresa portuguesa Fabrequipa (Barreiro). Mas os exames definitivos às capacidades da viatura, que a vão homologar perante o mercado internacional e certificar em termos operacionais, realizam-se entre os dias 21 e 28 deste mês, revelaram ontem ao DN várias fontes ligadas a esse programa de reequipamento do Exército e da Armada.

O responsável máximo da Fabrequipa, Francisco Pita, manifestou total confiança no sucesso daqueles testes - outra fonte, militar, mostrou--se mais cautelosa, optando por falar em "mais de 90%" - à primeira viatura da primeira série das Pandur 8x8. "São testes fundamentais, que vão definir a continuidade imediata do projecto", frisou aquele industrial.

A semana de testes envolve algumas dezenas de parâmetros, desde as medidas da viatura, a verificação de que podem ser transportadas por aviões C-130, o arranque do motor (diesel) a determinadas temperaturas negativas, o grau de autonomia com o peso de combate (superior a 20 toneladas), a pontaria do canhão de 30 mm, a compressão do habitáculo para garantir a não entrada de produtos químicos ou a resistência a uma explosão de oito quilos de explosivos.

As Pandur 8x8 vão substituir as quase inoperacionais Chaimite, que datam do tempo da guerra colonial em África. Do total de 260 viaturas blindadas, 240 (em 11 versões) destinam-se ao Exército e 20 (em cinco versões) ao batalhão de Fuzileiros da Armada. A primeira das construídas emPortugal - a nº7, pois as primeiras seis virão da fábrica-mãe da Steyr na Áustria - é entregue ao Exército em Setembro, seguindo-se mais três em Outubro, quatro em Novembro e cinco em Dezembro, informou Francisco Pita.

Segundo o industrial, que disse ter investido cerca de 14 milhões na fábrica destinada à produção das 'suas' 220 Pandur, "a grande reviravolta" desse programa de 364 milhões de euros - que envolve contrapartidas da Steyr que rondam os 516 milhões de euros para uma dúzia de projectos - deu-se ao nível dos fornecedores nacionais de componentes e equipamentos para aquelas viaturas blindadas.

Ao contrário das suas expectativas iniciais, Francisco Pita tem actualmente "uma centena" de fornecedores nacionais que o levam a falar da Fabrequipa como uma pequena réplica da Autoeuropa (fábrica automóvel em Palmela) na pequena área das indústrias de Defesa. Pita disse ainda que delegou a montagem dos motores nas oficinas do Exército.

DN, 17-5-2007, pág. 17

 
At quarta-feira, setembro 26, 2007 4:17:00 da tarde, Blogger rjms said...

Exército já está a receber sucessoras das 'Chaimite'

MANUEL CARLOS FREIRE

A primeira viatura blindada de oito rodas fabricada em Portugal, quase quatro décadas depois da construção das célebres Chaimite, foi apresentada ontem, no Barreiro.

Essa Pandur 8x8 faz parte do lote de sete que o Exército começou a receber, desde segunda-feira, no Depósito-Geral de Material do ramo, em Alcochete, e cuja cerimónia oficial de entrega terá lugar naquela unidade militar no próximo dia 2 de Outubro. Só a partir daqui é que começarão a ser formados os militares que as irão conduzir, segundo fonte oficial do Exército.

Na apresentação feita ontem nas instalações da Fabrequipa, a empresa portuguesa responsável pelo fabrico de mais de duas centenas de Pandur 8x8, o único responsável político que se associou ao evento foi o presidente da Comissão parlamentar de Defesa, Miranda Calha - o que já tinha sucedido aquando da inauguração da fábrica, pólo central de um projecto em que Portugal investe 364 milhões de euros e ao abrigo do qual recebe contrapartidas estimadas em 516 milhões de euros.

A qualidade destas contrapartidas, ao nível da tecnologia, levou o patrão da Fabrequipa, Francisco Pita, a manifestar a vontade de avançar a curto prazo para outros projectos - criando "um portfólio de [diferentes] produtos" na área militar que "criem auto-suficiência" nacional na área das viaturas militares até 25 toneladas - "caso o país queira e as Forças Armadas entendam" adquirir esse material a empresas portuguesas como a sua.

A produção de kits de protecção balística para viaturas é um projecto a iniciar ainda este ano, com base na transferência de tecnologia (100%) fornecida pelo fabricante das Pandur, a empresa austríaca Steyr. E dentro de um mês, adiantou Francisco Pita, será escolhido o construtor de viaturas de quatro rodas - entre sete fabricantes internacionais - com o qual irá concorrer a esse programa de reequipamento das Forças Armadas.

DN, 26-9-2007

 

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