17 junho 2007

Balas perdidas

Atenção, pois elas andam por aí!



http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/160607_Bala+atinge+taxi+em+Lisboa.htm?wbc_purpose=basic

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=246695&idselect=9&idCanal=9&p=200

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=192848&idselect=10&idCanal=10&p=94

http://www.leca-palmeira.com/matosinhos_nove.htm

5 Comments:

At domingo, junho 24, 2007 11:45:00 da tarde, Blogger rjms said...

Taxista exige responsabilidades

FILIPE MORAIS

Eduardo Vrea quer que alguma entidade assuma responsabilidades pelos danos que uma bala perdida causou no seu táxi, no sábado à hora de almoço.

O motorista estava na praça de táxis das partidas do aeroporto da Portela, em Lisboa, quando uma bala de calibre nove milímetros atingiu o vidro dianteiro da viatura. "Estava a descansar quando ouvi um estrondo e apanhei um susto. Foi um colega que apanhou a bala do chão e me disse o que tinha acontecido." Eduardo Vrea diz mesmo que "por pouco" não foi atingido na cabeça. "Se o vidro não fosse tão forte, podia ter furado e tinha-me acertado na cabeça."

Tendo em conta que não houve qualquer ferimento, o proprietário do táxi vê-se agora a braços com a despesa da troca de vidro. "São cerca de 600 euros. E quem é que paga?", questiona. Eduardo Vrea mostra-se indignado com o facto de haver uma bala à solta no aeroporto. "Aquilo veio de certeza do aeroporto. Se não do interior, pelo menos atravessou-o. No táxi, só punha em risco a minha vida, mas se fosse num avião, era muito mais grave. E não têm instrumentos para detectar isso? É esquisito como é que pode haver uma bala de qualquer maneira no aeroporto", afirma.

Acrescenta ainda que não foi contactado por ninguém da administração do aeroporto de Lisboa, mas vai tentar contactar a ANA-Aeroportos. O objectivo passará por pedir responsabilidades sobre o acontecimento e, eventualmente, o pagamento dos danos causados na viatura.

Ontem, na praça de táxis, todos os motoristas estranhavam que uma bala de nove milímetros, uma munição de guerra proibida a civis, caísse naquele espaço. Mas sobre a sua origem, as opiniões dividiam-se: "partiu de dentro do aeroporto", diziam uns, "Só pode ter sido disparada da zona militar de Figo Maduro ou da carreira de tiro, mais acima", diziam outros. Vários motoristas referiam ainda que é frequente ouvir tiros na zona dos bairros de Camarate. "Aproveitam o barulho dos aviões. E com a direcção em que estavam a aterrar no sábado, torna-se mais fácil" disfarçar os disparos, diziam.

Eduardo Vrea diz que chamou de imediato a polícia e a Judiciária analisou o veículo e a bala. "Estiveram cerca de três horas com o carro. Tiraram moldes de gesso, estiveram com fitas e tiraram medidas. Parece que descartaram desde logo a hipótese de estarem a tentar disparar contra mim", conclui.

DN, 18-6-2007

 
At quarta-feira, janeiro 16, 2008 5:04:00 da tarde, Blogger rjms said...

Perosinho lembra jovem baleado

A Renascença foi até ao bairro do Perosinho, onde
um jovem de 23 anos foi baleado pouco depois da meianoite,
na noite da passagem de ano. Lá, encontrámos alguma
apreensão e poucas vozes dispostas a falar.
Maria Delfina, nome fictício, tem 85 anos e foi das primeiras
moradoras do bairro. Na altura do incidente estava à janela
da cozinha.
“Eu ouvi aquele burburinho e fui à janela. Ouvi dois tiros,
veio a ambulância, veio a polícia, meteu [o rapaz] na ambulância
e foram-se embora”, conta.
A moradora confessa que, agora, vive com mais receio.
“Ouço dizer que o senhor que matou vai ser despejado, mas
a gente não fala com eles”, explica.
Quanto à ameaça de despejo por parte da autarquia, Manuela,
gerente do café do bairro, diz que “não tem conhecimento”.
Manuela não aceita que associem a morte do rapaz ao facto
de o bairro do Perosinho ser um bairro social. Considera que
tem uma vizinhança calma, “como em todo o lado” e que o
que aconteceu poderia muito bem ter acontecido noutro
sítio.
Junto ao ringue onde Ricardo, o jovem de 23 anos, foi baleado,
encontram-se alguns objectos que os moradores foram lá
deixando, prometendo nunca mais o esquecer – flores, velas,
pequenos cartazes manuscritos com fotografias de “Chinelo”,
como era conhecido entre os amigos.

RRP1, 4-1-2008

 
At segunda-feira, fevereiro 18, 2008 4:27:00 da tarde, Blogger rjms said...

Ano inseguro acaba, ano inseguro começa

É quase uma ironia. Depois de um ano marcado pela questão da segurança e das armas ilegais, que acaba com o procurador-geral da República a avisar que o caso da violência da noite do Porto está longe do fim, o novo começa com uma morte. Uma bala perdida numa comemoração perigosa do réveillon num bairro social de Gaia: tiros para o ar, "como há sempre", segundo uma vizinha, alguém pousou a shotgun e ela "disparou-se", atingindo a cabeça de um jovem de 23 anos. Demasiado estúpido para ser verdade, muito parecido com o que conhecemos de episódios nas favelas brasileiras ou nos bairros de lata de países de Terceiro Mundo.

A arma era ilegal, obviamente. Um calibre policial nas mãos de bandidos. O vice- -presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, veio dizer que despejará quem tiver armas ilegais em casa. E porque ainda não o fez?

A segurança não começa e acaba na polícia. Não sendo uma novidade os problemas que os bairros sociais encerram, não devia caber a prevenção desses problemas a quem coordena os bairros, a quem os constrói de forma muitas vezes desadequada, não impondo regras onde mais são precisas? Mas também devemos perguntar se haverá alguma lei que proteja a intenção do vice-presidente da Câmara de Gaia. Porque se calhar não há. E a situação ainda se pode virar contra ele.

DN, 2-1-2008

 
At segunda-feira, fevereiro 18, 2008 4:34:00 da tarde, Blogger rjms said...

Jovem morto em festejo com tiros para o ar

ALFREDO TEIXEIRA

Ricardo foi atingido com tiro de 'shotgun'

Aos tiros para o ar. Pode parecer estranho, mas é assim que alguns moradores do Bairro B N.º1 de Perosinho, em Gaia, costumam festejar a passagem de ano. Ontem, às 00.05, um grupo de homens disparava na praceta do bairro quando uma bala atingiu, ao que tudo indica acidentalmente, Ricardo Filipe Cunha, de 23 anos, que morreu a caminho do hospital.

Os moradores estão em estado de choque, mas recusam falar muito sobre o assunto e atribuir culpas. Contestam, no entanto, esta tradição das cerca de oito famílias de etnia cigana que habitam o bairro. "Não tem jeito nenhum e é um perigo, mas a verdade é que ninguém faz nada. Se a gente não lavar as nossas casas, pendurar e secar as roupas nas janelas ou ter animais em casa somos logo intimados pela empresa Gaia Social, mas eles têm armas e nada acontece", afirma Maria Fernanda, moradora.

O disparo de tiros na passagem de ano já é normal e em anos anteriores a polícia chegou mesmo a ser chamada ao local, mas, "quando aparece, já a festa terminou". Ricardo passou a consoada de Ano Novo com a mãe, o padrasto e a namorada. Poucos minutos antes da meia-noite, deixou o apartamento e desceu à praceta com a namorada para assistir à tradição dos vizinhos. "Estavam os dois ali sentados naquele banco. A namorada em baixo e ele sentado no encosto com uma garrafa de espumante", recorda outra moradora. Algumas crianças acompanhavam o casal de namorados. Pouco depois, Ricardo caía para trás alvejado na cabeça pelo disparo de uma shotgun.

"Foi um acidente e ele morreu por culpa do INEM que só chegou 32 minutos depois", afirmou ao DN o padrasto Francisco. O jovem morreu a caminho do Hospital Santos Silva para onde foi também a namorada, residente em Espinho, em estado de choque. "Não havia nada a fazer porque lhe acertaram na cabeça. Um amigo ainda tentou estancar o sangue colocando o dedo no buraco mas a morte era inevitável", diz outra moradora. No bairro, onde residem 700 pessoas, há quem fale em ajuste de contas, mas os mais próximos da família garantem que Ricardo "não era rapaz para se meter em problemas nem em drogas". António Freitas, que o conhecia bem, recolhia ontem fundos junto dos vizinhos para pagar o funeral.

A Câmara de Gaia abriu um inquérito e diz que fará o despejo dos moradores que tenham armas em casa. O caso foi entregue à PJ mas, após a morte de Ricardo, todos os intervenientes no tiroteio desapareceram, assim como as armas.

DN, 2-1-2008

 
At segunda-feira, fevereiro 18, 2008 5:09:00 da tarde, Blogger rjms said...

Criança de 9 anos vítima de festejos do 'réveillon'

FILIPE MORAIS e ISALTINA PADRÃO

Menina viria a morrer no Hospital de Santa Maria já na madrugada de dia 1.
Os festejos da passagem de ano provocaram a morte a uma criança de nove anos. Na noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro, na Quinta do Lavrado, em Lisboa, uma menina de nove anos estava com a família quando terá sido atingida na cabeça.

Ontem, na Quinta do Lavrado - bairro social gerido pela empresa municipal Gebalis - ninguém quis falar do caso de Sara. Vários moradores confirmaram a morte da criança e diziam ter "ouvido falar nisso, mas não se sabe nada". Ainda assim, uma moradora admitiu ao DN que "nas passagens de ano costuma haver uns tiros disparados para o ar". Ao que o DN apurou, a morte de Sara Santos está já a ser investigada pela PJ e fonte desta força policial foi peremptória: "neste momento não é oportuno fazer comentários sobre o caso."

A criança terá sido atingida antes da meia-noite, num terreno perto do bairro, uma zona conotada com tráfico de droga. A criança morava nos Olivais com a mãe e ia passar o ano com uns tios. Com um ferimento na cabeça, os familiares levaram-na ao Hospital D. Estefânia. Foi depois transportada para o Hospital de Santa Maria, onde viria a morrer.

Em Vila Nova de Gaia a noite de ano novo foi fatal para um jovem de 23 anos, que terá sido atingido por uma bala perdida (ver caixa). A Câmara anunciou o despejo dos inquilinos de bairros camarários que tenham armas ilegais em casa.

Noutro bairro social de Lisboa, no Bairro do Armador (próximo da Quinta do Lavrado) um homem de 45 anos foi atingido no peito, alegadamente por uma bala perdida também na passagem de ano. Foi operado no Hospital de Santa Maria e estará livre de perigo.

O DN tentou apurar se em Lisboa estão previstas medidas semelhantes às anunciadas em Gaia para os bairros sociais mas fonte municipal adiantou que "de momento não se está a ponderar nenhuma atitude desse género". Os bairros municipais de Lisboa são geridos pela empresa municipal Gebalis e têm que cumprir o despacho 88P/96, sobre armas e substâncias ilícitas naqueles bairros. O despacho é de 1996, tendo sido assinado pelo então vereador Vasco Franco. A Gebalis gere 69 bairros, num total de 25 mil fogos e de 87500 moradores.

DN, 3-1-2008

 

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